2014 já está quase batendo na porta, mas sempre há tempo para uma lista de retrospectiva. Dessa vez, o LabCult uniu forças para escolher os álbuns que mais marcaram o pessoal do grupo ao longo de 2013, independentemente de terem sido lançados no ano ou não.
Diego Brotas: AM, do Arctic Monkeys (2013)
Michael Jackson, Justin Timberlake, Black Sabbath, The Black Keys e uma dose de marra britânica. Tudo isso misturado e reapropriado. Não é apenas o melhor álbum do ano, mas o melhor da carreira dos “meninos de Sheffield”. O ano está acabando e ainda não parei de ouvi-lo incessantemente.
Beatriz Polivanov: Speeddance, de Reptile Youth (2012)
Quando surgiu a proposta do post para falarmos sobre os álbuns que mais ouvimos em 2013 fiquei com uma certa dificuldade para defini-lo, já que na verdade não ouço mais álbuns inteiros, mas músicas “soltas” ou sets em podcasts, principalmente no celular e no notebook . Mas, ainda assim, tentei pensar que músicas de quais álbuns mais ouvi, mesmo que de forma fragmentada. E aí me dei conta de que teria que dar uma “roubadinha” e escolher um álbum single, isto é, de uma música só, que certamente foi a que mais ouvi o ano inteiro.
O single, de 2012, é Speeddance do duo dinamarquês Reptile Youth e traz três versões da música, a original da banda, um remake feito pelo Deathcrush e um remix intitulado “My Favorite Robot Remix”. Minha versão favorita é a original mesmo. Ela me fascinou desde a primeira vez que a ouvi em um podcast e a cada vez que a ouço parece que traz mais energia, mais potência e mais vontade para dançar e gritar. Pra mim é uma espécie de ode (um pouco irônica talvez) à juventude e ao dançar freneticamente. Só pra ter ideia a letra começa “Speed dance / Dance as if your hands were on fire”. Não sei bem em que gênero(s) musical(is) enquadraria o álbum. O iTunes o classificou como alternativo, rock, eletrônico e acho que faz sentido, talvez adicionando um quê de pós-punk e indie pop à classificação (ai, essas disputas de gênero… rsrs). Virei fã dos caras depois que ouvi essa música, realmente vale a pena.
Lucas Waltenberg: Strangeland, do Keane (2012)
Lançado em 2012, Strangeland foi um bom retorno do Keane às suas origens, lá em 2004, com o álbum de estreia, Hopes & Fears. Depois de brincar com o pop oitentista em Perfect Simmetry e lançar o EP Night Train – o mais distante do universo keaniano – o disco de 2012 traz canções belíssimas, com refrões prontos para serem entoados em shows. E destaco também a versão deluxe de álbum. Lançado como um livro de capa dura, Strangeland abre com um conto de William Boyd, traz dezenas de fotos, as letras das músicas e, além do CD, um show em DVD com cinco músicas do álbum. …Na vitrola e no iPod desde o meio do ano passado.
Rafael Lage: Recanto Ao Vivo, de Gal Costa (2013)
A Gal lançou em 2013 o disco “Recanto Ao Vivo” e nos presenteou com essa maravilhosa apropriação de funk carioca. Na minha opinião, a versão ao vivo ficou melhor do que a original! Ah, o disco é ótimo também, repleto de versões dos sucessos dela com guitarras e batidas eletrônicas, e ainda com o bônus de “Dia de Domingo”, onde ela “ressuscita” o Tim Maia imitando a voz dele. Delícia!
Simone Pereira de Sá: Anitta, de Anitta (2013)
Porque Anitta sintetiza inúmeras questões que discutimos exaustivamente este ano nos cursos, seminários e mesas de bar em torno do pop, do popular, do periférico e do massivo. Para alguns o álbum que pasteurizou e afastou a cantora do funk de origem, quando ela ainda se chamava de “MC Anitta”. Para outros, o ápice do pop do século XXI no Brasil. Sem falar nas polêmicas em torno do “pós-feminismo” de letras como Show das Poderosas.E da performance da moça, apoiada numa transformação corporal daquelas que Michael Jackson adorava. Bom pra pensar, bom para dançar.